As olimpíadas do conhecimento são atividades educacionais que buscam desenvolver habilidades dos estudantes, contribuindo para a formação de cidadãos mais preparados, através de desafios que aprofundam o conhecimento em diversas áreas, como Matemática, Ciências, Língua Portuguesa, Biologia, Economia, entre outras.
Desde a criação da primeira Olimpíada Brasileira de Matemática em 1979, o cenário das competições acadêmicas no Brasil tem passado por uma incrível expansão. Diversas outras disciplinas, inspiradas pelo sucesso da OBMEP (Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas), seguiram o mesmo caminho, oferecendo aos estudantes de escolas públicas e particulares oportunidades únicas de desafiar suas mentes e expandir seus horizontes. A mais recente adição a esse rol de competições é a OBECON, a Olimpíada Brasileira de Economia, que nasceu em 2018.
O que torna essas Olimpíadas Científicas tão especiais? A resposta está na amplitude de conhecimento que elas abordam. Ao contrário das avaliações tradicionais em sala de aula, essas competições vão muito além dos conteúdos do currículo escolar. Elas desafiam os estudantes a explorar novos conceitos, resolver problemas complexos e aplicar o pensamento crítico de maneiras que vão muito além da preparação para o vestibular.
Hoje, no Brasil existem mais de 80 olimpíadas científicas voltadas para estudantes do Ensino Fundamental Anos Iniciais ao Ensino Médio, que estimulam a desenvolver habilidades cognitivas, superarem barreiras e aprimorarem suas habilidades analíticas e críticas.
Para Mateus Marinho Filho, estudante da 1ª série do Ensino Médio, da Escola Crescimento, que já foi medalhista de ouro no Concurso Canguru de Matemática e Olimpíada Nacional de Eficiência Energética, participar das Olimpíadas é uma jornada que enriquece a mente. “Eu acho importante participar das olimpíadas porque nos deixa mais engajados e interessados em atividades e desafios intelectuais, nos preparando para práticas em diversas áreas da vida”, relata.
Uma outra vantagem da participação nessas competições, é a conquista de vagas em universidades públicas. Isso porque, além do vestibular tradicional, muitas instituições, como Unicamp (Universidade Estadual de Campinas) e Unesp (Universidade Estadual Paulista), adotam a entrada de novos estudantes por meio das Olimpíadas do Conhecimento, oferecendo uma alternativa valiosa aos vestibulandos.
De acordo com o professor líder de inovação da Escola Crescimento, Nilson Costa, as olimpíadas científicas também podem ser um fator relevante na avaliação de candidaturas de estudantes que desejam estudar no exterior. “Para os estudantes que sonham em estudar no exterior, o processo de admissão em universidades estrangeiras é baseado no desempenho acadêmico ao longo de sua trajetória educacional, abrangendo desde o ensino fundamental até o ensino médio. Por tanto, as conquistas dos estudantes brasileiros em Olimpíadas do Conhecimento no Brasil podem ser um fator essencial na avaliação.”, afirma Nilson.
E é com foco em universidades do Canadá e Estados Unidos que a estudante da 3ª série do Ensino Médio, Nicole Correa, tem se dedicado na participação de competições como o Concurso Canguru de Matemática e Desafio Nacional Acadêmico. “Atualmente estou na jornada de application (inscrição para universidades do exterior) e, à medida que preencho meu histórico escolar, percebo o quão mais rico meu currículo se tornou por conta da oportunidade de participar de olimpíadas. Para universidades do Canadá e Estados Unidos, o processo de admissão não ocorre somente mediante um exame nacional, então, demonstrar interesse e proficiência em competições como a Olimpíada Canguru Matemática ou o Desafio Nacional Acadêmico me tornou mais segura para conquistar minha vaga”, disse.
Mesmo com todas essas vantagens, é necessário que a escola e professores motivem os alunos a participarem. O estímulo e o reconhecimento são fundamentais. Marconio Nóbrega é professor de Matemática e sabe do impacto positivo das Olimpíadas na vida do aluno. Ele destaca a importância de identificar, orientar e apoiar na preparação dos alunos. “Enquanto os professores participam desde a identificação de alunos com habilidades específicas, atuam como mentores orientando e incentivando os alunos a conquistarem seus objetivos, a escola apoia com na estrutura física, na confecção de material de apoio e financeiro”.
Essa combinação de esforços reflete nos resultados. Mesmo sendo aprovado em Relações Internacionais na UEMA, Administração na USP, Economia na UFMG e FGV e Ciências da Computação no Inteli, Cristian Silva, egresso da Escola Crescimento, sonhava estudar em uma universidade internacional e não mediu esforços para isso. Em 2023, ele foi aprovado em Financial and Business Economics e Computer Science, na York University, Mathematical and Physical Sciences na University of Toronto (UofT) Faculty of Arts and Sciences, Studies in Commerce na UofT Mississauga, e Co-op in Physical and Environmental Sciences pela UofT Scarborough, todos no Canadá.
Ele destaca que atividades extracurriculares foram essenciais para sua aprovação nesses processos seletivos internacionais. “O Crescimento, por conta da ajuda do seu corpo docente e todos os extracurriculares que eles desenvolvem, como as Olimpíadas do Conhecimento, deixa o aluno muito apto para aplicar em universidade internacional, pois é isso que eles [universidades] mais querem: pessoas com extracurriculares fortes e com boletim impecável”.